quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Época de Campanha Eleitoral

Em plena rua de Arronches - Portalegre, são várias as pessoas que surgem exibindo as suas bandeiras e manifestos. Ao fundo surge um cântico de apoio ao partido e enquanto uns clamam slogans de apoio, outros mais conservadores mostram receio e curiosidade ao mesmo tempo. O motivo de tal euforia deve-se ao encontro/almoço que o PS organizou com o Presidente da Junta de Mosteiros. A aproximadamente 115km desta algazarra encontra-se outra bastante idêntica. Desta vez é em Évora onde se encontra o líder do PCP - Jerónimo de Sousa.
Lisboa e Funchal foram os destinos escolhidos por Francisco Louçã – líder do BE. Já Paulo Portas- CDS-PP decidiu fazer campanha por Bragança, enquanto Manuela Ferreira Leite – PSD optou por Ponta Delgada.
É nesta época de campanha eleitoral para as legislativas que surge cor espalhada por todo o lado tornando as cidades, vilas e aldeias num género de paleta de tons coloridos, dispostas a alegrar o dia e as caras que curiosamente observam os políticos.
Fernanda Andrade, uma das comerciais que observa o aparato em Portalegre, salienta que “Estas campanhas são do melhor. Dão-nos a conhecer melhor os políticos”. Já Gabriel Coelho, que observa o mesmo (embora em Évora), ressalta que “ Estas campanhas são interessantes, mas é pena que estes só as façam para ganhar votos”.
À parte destas opiniões existem outras menos favoráveis e complacentes. Que o diga António Ferro, ex militar, que ao ver a comitiva do BE em Lisboa lança um grito agonizante que se traduz por: “ Isto é uma vergonha!”.
Mas nem só de opiniões se abarrota a caminhada pelas ruas. Ao longo das mesmas (quer seja em Portalegre, Évora, Bragança, Lisboa, Funchal ou Ponta Delgada) são várias as emoções que se exibem. Cada político desfila deixando a sua imaginação fluir ao ponto de como seria caso fosse o seu partido a vencer. Através dos aplausos, gritos, assobios e claro, os respectivos “cânticos” do partido é perceptível que José Sócrates se sente respeitado, Jerónimo de Sousa ganha confiança, Louçã avança sem medo, Paulo Portas exibe coragem e Manuela Ferreira Leite se vai distinguindo através das suas palavras.
A caminhada política segue pelas ruas havendo pausas para as tradicionais fotos e cumprimentos dos cidadãos. Algumas crianças dirigem-se aos líderes partidários com o intuito de os poder tocar. Alguns idosos aproveitam também para dar a sua opinião acerca da situação actual do País e do que poderá ser melhorado.
São vários os fotógrafos e jornalistas que cercam os locais escolhidos para a campanha. Cada um deles tenta a todo o custo encontrar o melhor ângulo e a melhor notícia para que a mesma fique bem registada. Um dos fotógrafos destacados para eternizar tal momento, após ter descoberto o seu ângulo ideal, ainda tem tempo para voltar atrás e ir buscar uma bandeira que voa da mão de uma das crianças presentes na campanha.
Os flashes começam a ser disparados. Focam não só sorrisos de contentamento, como também algumas bocas abertas denunciando cansaço.
A ansiedade e a pressão deste dia torna-se cada vez maior uma vez que a campanha eleitoral arranca de 12 a 25 de Setembro. Das 15 forças políticas que concorrem, apenas 9 partidos e uma coligação (CDU) vão candidatar-se a todos os círculos eleitorais.
Em 2005 o PS obteve maioria absoluta, contendo 45,4% dos votos.
No final deste encontro entre políticos e cidadãos, a confusão e a multidão que ali se juntou começa a esmorecer a pouco e pouco. As ruas outrora cheias ficam agora desimpedidas e tudo volta ao normal. Restam somente as bandeiras e autocolantes alusivos no chão para relembrar que as eleições estão a chegar.