sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ex vs Actual

É certo e sabido que as mulheres têm tendência a comparar-se à actual namorada do seu ex-amor. Esta necessidade aumenta se tiver sido a mulher a parte mais lesada da relação anterior. Quantas de nós não fizemos já pesquisas na internet e recorremos a métodos pouco fiáveis para conhecer a actual! É instintivo. Assim que sabemos que existe uma nova aquisição damos voltas à cabeça ( e ao mundo ) para que conheçamos a dita cuja. Está-nos no sangue fazer comparações, dizer que ela afinal não é assim tão bonita, que até nem sabemos o que ele viu nela, etc.

Muitas de nós sentem um aperto tão grande que só descansam quando comprovam que afinal a actual até nem é nada de especial e que nos temos em melhor consideração (algo raro mas possível). Aí até parece que o namoro do nosso ex xuxu não tem mal nenhum uma vez que ele (supostamente) se há-de fartar da falta de originalidade daquela mosquinha morta (termo tão bem empregue no dicionário feminino).

O pior é quando a coisa corre ao contrário e percebemos que (surpresa das surpresas) a nova aquisição é uma brasa. Aí é garantido: deitamo-nos abaixo, choramos baba e ranho, reparamos em todos os defeitos que achamos ter e, como somos complexas e polivalentes ainda temos tempo de pensar que não devíamos ter comido aquele bolinho ontem, uma vez que hoje já se notam os efeitos nefastos do mesmo.

Contudo engane-se quem pensa que nos deixamos demover com isso. Como mulher que é mulher tem sempre a última palavra, após o choque inicial ainda somos suficientemente destemidas para soltar um: “ Ela não deve gostar dele ”, ou “ Ela só está com ele para passar tempo”.

Aí fazemos algo de engraçado. Acabamos por deitar abaixo o ex parceiro em vez de nós mesmas! Ou seja, deduzimos à partida que a “brasa” nunca vai gostar tanto dele como nós gostámos um dia. E isso (embora possa parecer cruel) até que nos dá um certo ânimo.

Inconscientemente também acabamos por nos aliar à inimiga pois ansiamos com o dia em que esta dê com os pés no nosso ex qualquer coisa e possamos ser nós a ter o privilégio de ser o ombro amigo nessa altura. No fim, escusado será dizer que caso isso aconteça, ele não se livra de levar com um: “Eu bem te avisei que ela não era boa rés”.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Há coisas fantásticas não há?

Há certas situações neste País que me entristecem. Uma delas é o facto de termos entidades mas não percebermos para que é que servem. Sempre que nos sentimos injustiçados e maltratados é ver-nos a recorrer à Deco, à ASAE, ao Ministério da Educação, etc. Muitas vezes deparamo-nos com problemas e arbitrariedades em que nos sentimos no direito de recorrer às mesmas. No fundo sabemos que não funcionarão e que será perda de tempo, mas a verdade é que há uma esperança em nós de que sejamos a prova contrária.

Como tal e para que não tenhamos a mania de ser sonhadores, levamos com dois tipos de resposta: ou não obtemos qualquer tipo de esclarecimento, ou a situação continua na mesma uma vez que as ditas entidades não as resolvem. Ou é uma professora que foi incorrecta e nos injustiçou e o Ministério da Educação não faz nada, ou é o patrão que nos explora e o Ministério do Trabalho nada faz, ou é até mesmo alguém vítima de violência doméstica que até tem uma linha de apoio para se queixar, mas que por ironia só funciona das 10 às 17h. Enfim! Coisas do outro mundo.

Esta última leva-me a concluir que até para sermos vítimas de violência (neste caso doméstica) há que haver dia e hora marcada (e já agora dinheiro também). E perguntam vocês: “Dinheiro? Porquê? Que tem o dinheiro a ver?” E digo-vos eu: “Sim! Dinheiro, porque para além da suposta vítima ter que ter a gentileza de só incomodar o operador da linha de apoio a partir das 10h da manhã, também convém ter uns trocos no bolso pois este apoio paga-se!”

Diante de tais factos concluo que falta de entidades não temos. Temos é falta de um funcionamento eficaz e irrepreensível por parte das mesmas. Perante tamanha falta de capacidade de resolução face aos problemas diários é caso para se dizer: “Há coisas fantásticas não há?”