sábado, 4 de dezembro de 2010

Comando na mão e carrega no botão

Porque é que quando o nosso comando da televisão não está a funcionar bem, carregamos nos botões com mais força em vez de lhe mudarmos as pilhas?


Esta é uma questão que me tem vindo a assombrar e pior, é uma atitude a que tenho tido a oportunidade de assistir muitas vezes e da qual me rio desalmadamente ( é verdade, tenho um sentido de humor estranho).

É bastante comum tentarmos mudar de canal, ou aumentar o volume do nosso programa favorito e percebermos que o comando não está a funcionar correctamente. E o que fazemos nestas situações? Simples! Carregamos ainda com mais força nos botões (não vá haver algum mau contacto e a coisa até funcionar assim pela lei do aperto).

Eis uma atitude tão comum no ser humano e ao mesmo tempo tão caricata – o acto de carregar com força nos botões do comando e só depois pensar: “Que raio, às tantas é das pilhas”.

Não seria mais correcto pensar primeiro em mudar as pilhas em vez de espancarmos o comando em questão? Sim, seria (pensam vocês) e digo eu: seria, mas não teria a mesma piada.

Existe também quem opte por uma outra vertente geralmente designada como: “ pancadinha de amor” – acto de bater no comando na esperança de que possa surgir algum tipo de ligação miraculosa que nos auxilie a mudar de canal.

Temos de admitir que nós próprios temos a noção do quão ridículo estamos a ser, no entanto na altura ficamos de tal modo enfeitiçados pelo poder da caixinha mágica que nem nos lembramos da figura que fazemos (há quem chegue mesmo a ganhar um tom rosado de premir os botões com tanta força).

Há ainda quem conjugue estas duas vertentes e faça o denominado: “ prima e espanca” - além de bater no comando, a pessoa (já de tom rosado a pender para o avermelhado) continua não só a premir os botões, como a ter a capacidade de continuar com a tão famosa “pancadinha de amor”.

Já dizia o palhaço Batatinha: “comando na mão e carrega no botão!” (esqueceu-se foi de acrescentar que: “ um comando espancado, é um comando inutilizado”.