segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tamanho XL

As malas e as mulheres são quase as melhoras amigas (quase pois primeiramente existe o melhor amigo sapato). Contudo a maioria das mulheres não se contenta com a bela da pochete mas sim com a maior mala que encontra na loja.

Para nós, mulheres, o tamanho conta e é por isso que mala que é mala tem de ser o maior possível e claro, tem de ter a capacidade de acumular metade da nossa tralha (a que chamamos carinhosamente de “objectos úteis”).

A mala de uma mulher é um autêntico artefacto. Aos olhos de MacGyver tal quantidade de objectos representaria mais do que uma ajuda na invenção de uma bomba atómica.

Quem duvida disto é porque nunca se deu ao trabalho de espreitar para dentro de uma – são canetas, blocos, telemóvel, chaves, batons, pinças, perfume, maquilhagem, cremes, algumas peças de roupa, o belo do pensinho higiénico e claro, a carteira (também ela XL).

Alguns homens perguntam-se: “Porque é que elas andam sempre com malas tão grandes se depois demoram meia hora a encontrar uma simples chave?” Lamento desiludi-los mas confesso que essa deve ser uma das perguntas que nos fazemos mentalmente a nós próprias sempre que estamos a vasculhar a mala em busca de algo e nos vem parar às mãos tudo, menos aquilo que procuramos.

Contudo os homens vão-se questionando acerca de tal detalhe mas esquecem-se muitas vezes que é graças às malas XL que ainda temos espaço para lhes guardar a carteira, o telemóvel e as chaves.

Nós, mulheres, vivemos felizes desta forma - insistindo e argumentando a quem se atrever a duvidar do prático que é ter uma mala tamanho XL, esquecendo-nos constantemente que de nada nos serve ter todos os “objectos úteis” no seu interior se sempre que os pretendemos obter demoramos mais de meia hora até encontrá-los.

As coisas estão lá, é preciso é ter calma e saber procurá-las (dizemos para nós mesmas enquanto coramos com os nervos por querermos uma simples chave e nos vir parar à mão o telemóvel).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os operários da palavra ( carta de parabéns ao jornal "Correio do Ribatejo")

Já dizia o dramaturgo Arthur Miller que "um bom jornal é uma nação falando consigo mesma." De facto é graças ao jornal que temos uma noção do mundo que nos rodeia, uma vez que é ao mesmo que cabe a divulgação de coisas boas, coisas más e claro, de algumas curiosidades que sem o mesmo, jamais veríamos esclarecidas.

No tempo em que ainda não existiam jornais diários, reinava uma forma pré-moderna do mesmo – as folhas volantes. Estas dedicavam-se a um único tema e não a uma variedade de assuntos e não eram publicações regulares. Também não eram folhas de simples informação: os temas que abordavam eram, sobretudo, avisos moralistas ou interpretações religiosas. Assim, por volta de 1616 foi publicado um total de 25 folhas volantes. Um terço delas era dedicado a um tipo de acontecimentos: assassínios.

Ao longo do século XIII as publicações periódicas, como os jornais, eram dominadas pelo pólo político, sendo que os mesmos eram vistos como uma arma política até ao aparecimento da Penny Press na década de 30 no século XIX. Este tipo de imprensa passou a dar ênfase a notícias locais, reportagens sensacionalistas, escândalos, tragédias, etc. Na década de 70, cerca de 80% das notícias sobre assuntos nacionais eram sobre pessoas conhecidas (Presidente dos Estados Unidos, ministros, governantes).

Os jornais de hoje não diferem muito dos da época de 70. Felizmente ao longo dos séculos estes têm vindo a crescer e a mostrar o quanto são bens preciosos. Que o diga o Correio do Ribatejo que já vai com 120 anos e que sempre nos deu as notícias de forma concisa, directa e profissional. É graças a este que os leitores sabem o que se passa ao seu redor de maneira exímia e, penso que falo em nome de todos, quando digo que cá gostaríamos de estar mais 120 anos para podermos acompanhar este exemplo de bom profissionalismo.

Obrigada ao Correio do Ribatejo, por ser a prova viva do que foi dito em 1926, por um director de um jornal inglês: “Fundamentalmente, o jornalismo implica honestidade, clareza, coragem, justeza e um sentido do dever para com o leitor e a comunidade. O jornal tem necessariamente algo de monopólio e o seu ofício primeiro é a recolha de notícias. Sob pena de perder a alma, deve fazer que o fornecimento não seja manchado. Nem no que dá, nem no que não dá, nem no modo de apresentação, deve a límpida face da verdade sofrer qualquer mal.”

Feliz aniversário ao jornal e aos jornalistas que aí trabalham, por nunca terem deixado de ser os operários da palavra.

sábado, 2 de abril de 2011

Paulo Fut(u)re e o negócio da China

Já não se passava nada que prendesse a atenção do português a algum tempo e, como tal, nada melhor que numa semana só, termos o chamado “ dois em um”. Primeiro foi a demissão de Sócrates e logo de seguida, a hilariante conferência de imprensa dada por Paulo Futre - Director Desportivo de Dias Ferreira, candidato à Presidência do Sporting.

Era mesmo disto que estávamos a precisar! Depois da saída de Sócrates e de Portugal estar cada vez mais afundado e em vias de levar com o FMI, nada melhor que um pouco de comédia para animar a malta.

A conferência de Paulo Futre (ou deverei dizer: Future?) tem sido dos vídeos mais vistos no youtube e digo-vos já que, o que mais fica no ouvido são as seguintes declarações: "Nós não temos o Ronaldo, mas temos o Chinês!" e, “Virão charters com 400 ou 500 chineses para verem os jogos do clube”.

Em defesa de Futre podemos referir os clubes que vão à China (exemplo do Manchester e Barcelona) que recebem muito dinheiro não só pelo seu prestígio mas também pelas suas grandes vedetas, ou seja, nada tem a ver com a nacionalidade dos seus jogadores.

Depois da dita conferência de imprensa dada por Futre, não restam dúvidas de que o homem é um empreendedor! Eu própria admito vislumbrar um jogo do Sporting com 2 golos (no mínimo) marcados pelo chinês e o estádio de Alvalade a servir crepes no intervalo dos jogos!

O Dias Ferreira pode ser um homem muito conhecedor do futebol Português mas a sua candidatura estragou-se depois do “negócio da China” elaborado por Futre.

Ainda assim e, apesar do mesmo não ter ganho o lugar na presidência do clube leonino, não restam dúvidas que o projecto elaborado por Futre foi mais ambicioso que qualquer outra candidatura presidencial.