sábado, 18 de junho de 2011

O que comer?

Não como aves, porque fiquei com medo da gripe das aves, não como vaca porque ouvi dizer que a doença das vacas loucas ainda poderia estar alerta, não como peixe porque este pode estar contaminado e agora também não como saladas devido à E. Coli. Então, o que como?

Todos os anos (ou quase todos) surge um vírus ou uma doença nova que nos faz sair da monotonia em que estamos e nos deixa a pensar que se isto continua assim, um dia nem saberemos o que comer.

Ora aparece a gripe das aves, ora surgem as vacas loucas, ora o peixe fica contaminado com os despejos poluentes nas águas e, como se não fosse suficiente, eis que agora surge a E. Coli – um dos microrganismos que habita de forma natural a flora microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais.

A verdade é que, passado um mês, ainda não se sabem causas mas sabe-se que já morreram mais de 30 pessoas, sendo que os prejuízos são na ordem das centenas de milhões de euros - a Comissão Europeia acha que 150, os espanhóis crêem que o número é demasiado baixo porque só cobre 30% dos prejuízos dos agricultores.

Se já estávamos desconfiados do frango, da vaca e do peixe, agora junta-se a salada (especialmente se tiver rebentos de soja e pepino). De resto, ninguém sabe sequer se são os vegetais que são os culpados - há quem defenda também que é preciso procurar nos animais, uma vez que é neles que vive a bactéria.

No entanto, isto leva-nos a reflectir que se tal se mantiver, qualquer dia toda a comida é feita em fábricas devidamente desinfectadas, teremos uma sociedade de comida enlatada e plastificada contudo, nunca livre de bactérias.

Se não aparecerem na comida, hão-de vir de outro lado (ou não fossem elas uma boa fonte de rendimento para a indústria farmacêutica).

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Idade Média? Sim, por favor!

Nos últimos dias foram várias as noticias que nos chamaram a atenção no que diz respeito à violência entre adolescentes. Primeiro, foram as imagens de uma menina de 13 anos a ser agredida selvaticamente por outras duas jovens de 15 e 16 anos.
Dias depois desta triste notícia surge outra: o caso de uma jovem de 17 anos que esfaqueou a amiga com um x-acto, alegadamente por causa de uma discussão em torno de um telemóvel.

O que me leva a pensar: “Mas o que se passa com estes miúdos de agora?” Palpita-me que afinal, a geração rasca não é a minha mas sim esta que se aproxima.

Continuando no caso da agressão à menina de 13 anos, é de referir que, como se não bastasse tal acto de desumanidade a que esta foi sujeita, ainda passou pela humilhação de ver o vídeo exposto numa rede social – facebook. Ao que parece, existia um outro jovem, de 18 anos, que decidiu filmar a cena e divulgar via internet (como se tal acontecimento fosse algo relativamente lúdico de se ver).

Contudo, se até aqui dizíamos mal dos nossos juízes e nos perguntávamos qual a função dos mesmos, uma vez que todos os criminosos presentes a tribunal, são libertados, eis que aparece o juiz Carlos Alexandre que, protagonizou a decisão inédita de aplicar a prisão preventiva à jovem de 16 anos, e ao alegado autor das filmagens.

E aqui penso que todos concordamos que tais medidas foram muito bem aplicadas pois, tento acreditar que nenhum de nós gostasse de ver aquelas imagens chocantes tendo como vítima um filho nosso, um neto ou até mesmo um amigo.

Porém, neste caso, alem da violência a que fomos expostos através das imagens divulgadas pelos meios de comunicação social, o que mais me tirou o sono foi o comunicado que o Bastonário da Ordem dos Advogados deu recentemente, onde (imagine-se só) criticou a aplicação de prisão preventiva aos dois jovens envolvidos no caso, considerando tratar-se de uma medida de um sistema judicial "da Idade Média".

Idade Média Senhor Bastonário? Quem nos dera! Pelo menos na Idade Média, os crimes praticados eram punidos. Ai como eu gostava que a Idade Média voltasse nalguns casos.