segunda-feira, 4 de julho de 2011

Das duas, uma

Na passada semana fomos surpreendidos pela excêntrica notícia (e digo isto porque não é de todo normal) de que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho viajou até Bruxelas num voo de classe económica.

Apesar de alguma contestação por parte de certos indivíduos (que afirmavam que tal atitude não passava de um golpe de publicidade), o facto é que há quem diga que é a intenção que conta e, caso assim seja, não há dúvidas de que Passos Coelho deu o exemplo.

No entanto, dias depois, assistimos a uma certa contradição que dizia que afinal, a viagem de Pedro Passos Coelho a Bruxelas em classe económica, pode não ter representado qualquer poupança para os cofres do Estado, uma vez que é prática corrente os ministros e secretários de estados não pagarem à TAP o bilhete nas deslocações oficiais.

O que nos leva a ponderar se afinal a Tap estará assim tão mal como consta mas, adiante. O facto é que depois de vermos o exemplo de Passos, muitos dos que disseram outrora que a medida eficaz seria precisamente a poupança, depressa sentiram uma necessidade inexplicável de se revoltarem com tal acto do senhor Passos (tendência humana tão comum) e decidiram que “ ah e tal, afinal a viagem era de borla de qualquer das formas e, como tal, esqueçam o exemplo dado pelo senhor primeiro-ministro!”

Há quem diga que Portugal não anda para a frente pois nunca estamos satisfeitos com nada. Simplesmente perdemos a fé na política e a ideia do que esta representa, está cada vez mais
além do que desejamos. Mas, saberemos nós o que desejamos?

Afinal de contas, nunca estamos satisfeitos com que medidas forem! Já me questiono se o mal será do governo ou dos próprios portugueses. Das duas, uma.