Sabemos que o português tem fama de ser um povo triste e que até a sua música, o fado, é sinónimo de melancolia e claro, saudade. O que também sabemos, é o quanto este se fascina com tudo o que represente desgraça (de preferência alheia).
Há meses, enquanto ia na auto-estrada, deparei-me com um acidente na via. Até aqui tudo normal, ou não fosse o facto de todas as viaturas que passavam começarem a abrandar ao passar pelo mesmo.
Não. Não era com o intuito de prestar socorro às supostas vítimas, mas sim para quê? Como é óbvio, para verem melhor a desgraça. E acreditem no que vos digo, pois era ver os condutores a tirarem a cabeça de fora da janela do carro e a espreitarem. Por momentos era quase como se cada um tencionasse apanhar o melhor ângulo da cena.
Perante isto será correcto afirmar que “ as vias estão para os acidentes como o português para a desgraça?” Parece-me que sim. Para além de ter ficado com esta imagem na cabeça, lembrei-me ainda de uma outra. Com certeza que se recordam de um outro incidente, que embora já tenha sido no ano passado, ainda está muito presente nos nossos dias. Falo da tão noticiada derrocada de uma arriba em praia Algarvia.
Neste caso recordo-me que depois do mal ter acontecido, a jornalista (dirigindo-se a uma das testemunhas) perguntou o que esta andava a fazer ali perto da zona de perigo, ao que esta respondeu depressa: “ Ando a apanhar bocadinhos da arriba para recordação!” E aqui pára tudo! “Para recordação?” Mas não seria suposto recordarmos o que é agradável? Para quê e qual a necessidade de levar bocados de uma arriba para casa a fim de recordar a morte de cinco pessoas?
Isto leva-me a reflectir que nós, os portugueses também podemos ser exageradamente optimistas. Sim, é verdade que somos maioritariamente saudosos e nostálgicos, mas a verdade é que também temos a fase do optimismo. A prova de tal, é que mesmo após o acidente da derrocada e mesmo depois de terem sido afixadas placas de perigo na zona, é ver-nos este ano junto às mesmas arribas, rezando para que o mal se dê nos outros e não em nós.
Ora aqui está um optimismo desmedido. Mas sabem que mais? Esse mesmo optimismo em demasia, não nos pode nem deve fazer esquecer que para os outros, os outros somos nós.
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do carácter." (Cláudio Abramo)
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Admite-se empregada com bíblia
Há um ditado que diz que “o bom ladrão antes de roubar faz a oração”. Contudo, alguém falhou com a reza na semana que passou.
Se têm estado atentos às últimas notícias, souberam da tentativa falhada de assalto (a uma loja de telecomunicações) que se passou na Flórida,EUA. E falhada porquê? Porque a empregada da loja em causa, conseguiu convencer o ladrão a desistir do roubo invocando Jesus Cristo.
Com esta atitude, o ladrão confessou ser cristão, demonstrando que nem ele concordava com o que estava prestes a fazer. No fim de tudo ainda pediu desculpa, confessou que não tinha a intenção de magoar ninguém e antes de sair revelou que a arma era de plástico.
Depois deste episódio fiquei a pensar em duas possíveis fórmulas para acabar com os assaltos em qualquer loja. O primeiro aponta para a contratação de empregadas religiosas (rezando para que os assaltantes também o sejam) e o segundo para a aquisição de um padre em todos os estabelecimentos.
Se esta moda pegar, é provável que comecem a surgir anúncios como: “Precisa-se de empregada e respectiva bíblia!” e slogans como: “ Se dos assaltantes se quer livrar, um padre deve contratar”.
Contudo, das duas fórmulas palpita-me que um padre em cada estabelecimento seria a opção mais fiável, não fosse a empregada falhar na utilização de algum versículo da bíblia e a coisa correr mal.
Que o diga a empregada da sapataria que o dito assaltante religioso assaltou logo ao fim de duas horas. Com certeza que esta não tinha as passagens da bíblia na ponta da língua como a primeira.
Se têm estado atentos às últimas notícias, souberam da tentativa falhada de assalto (a uma loja de telecomunicações) que se passou na Flórida,EUA. E falhada porquê? Porque a empregada da loja em causa, conseguiu convencer o ladrão a desistir do roubo invocando Jesus Cristo.
Com esta atitude, o ladrão confessou ser cristão, demonstrando que nem ele concordava com o que estava prestes a fazer. No fim de tudo ainda pediu desculpa, confessou que não tinha a intenção de magoar ninguém e antes de sair revelou que a arma era de plástico.
Depois deste episódio fiquei a pensar em duas possíveis fórmulas para acabar com os assaltos em qualquer loja. O primeiro aponta para a contratação de empregadas religiosas (rezando para que os assaltantes também o sejam) e o segundo para a aquisição de um padre em todos os estabelecimentos.
Se esta moda pegar, é provável que comecem a surgir anúncios como: “Precisa-se de empregada e respectiva bíblia!” e slogans como: “ Se dos assaltantes se quer livrar, um padre deve contratar”.
Contudo, das duas fórmulas palpita-me que um padre em cada estabelecimento seria a opção mais fiável, não fosse a empregada falhar na utilização de algum versículo da bíblia e a coisa correr mal.
Que o diga a empregada da sapataria que o dito assaltante religioso assaltou logo ao fim de duas horas. Com certeza que esta não tinha as passagens da bíblia na ponta da língua como a primeira.
Subscrever:
Mensagens (Atom)